Pular para o conteúdo principal

I Was Born Ten Thousand Years Ago

E eis que de repente leio o seguinte parágrafo hoje no ônibus, na biografia de Paulo Coelho escrita por Fernando Morais:

“Em dezembro de 1976 a Philips colocou nas ruas o quinto LP de Paulo com Raul, Há Dez Mil Anos Atrás [...]. A canção que dava nome ao álbum tinha duas peculiaridades: uma redundância no título e o fato de ser a tradução adaptada de I Was Born Ten Thousand Years Ago, conhecida canção tradicional americana de domínio público que tinha várias versões, a mais famosa delas gravada por Elvis Presley quatro anos antes”.

Foram longos minutos até chegar ao trabalho e procurar no YouTube a versão original da música. E bateu uma certa sensação de ignorância por gostar de ambos (Elvis e Raul) e não saber que a longa letra é uma adaptação/tradução/homenagem.

Sem mais delongas, seguem abaixo o vídeo e a letra original, com a ressalva de que há mais de uma versão para I Was Born Ten Thousand Years Ago:



I WAS BORN ABOUT TEN THOUSAND YEARS AGO
(Traditional - Adapted by Elvis Presley)

I saw old Pharaoh's daughter bring Moses from the water
I'll lick the guy that says it isn't so

I was born about ten thousand years ago
There ain't nothin' in this world that I don't know
I saved king David's life and he offered me a wife
I said now you're talkin' business, have a chair

Yeah, I was born about ten thousand years ago
There ain't nothin' in this world that I don't know
Saw Peter, Paul and Moses playing ring-around-the-roses
I'll lick the guy that says it isn't so

I was born about ten thousand years ago
There ain't nothin' in this world that I don't know
I saw old pharaoh's daughter bring Moses from the water
I'll lick the guy that says it isn't so

I was there when old Noah built the Ark
And I crawled in the window after dark
I saw Jonah eat the whale and dance with the lion's tale
And I crossed over Canaan on a log

Yeah, I was born about ten thousand years ago
There ain't nothin' in this world that I don't know
I saw old pharaoh's daughter bring Moses from the water
I'll lick the guy that says it isn't so

Yeah, I was born about ten thousand years ago
There ain't nothing in this world that I don't know
Saw Peter, Paul and Moses playin' ring-around-the-roses
I'll lick the guy that says it isn't so

I was there when old Noah built the Ark
And I crawled in the window after dark
I saw Jonah eat the whale and dance with the lion's tale
And I crossed over Canaan on a log

Well, I was born about ten thousand years ago
There ain't nothin' in this world that I don't know
yeah, I saw old pharaoh's daughter bring Moses from the water
I'll lick the guy that says it isn't so

I was born about ten thousand years ago
There ain't nothin' in this world that I don't know
I saved king David's life and he offered me a wife
I said now you're talkin' business, have a chair

I was born about ten thousand years ago
Ain't nothin' in this world that I don't know
Saw Peter, Paul and Moses playin' ring-around-the-roses
I'll lick the guy that says it isn't so

Comentários

BOTUCATU disse…
Que coincidência! No mes passado fiz a mesma descoberta ao mostrar um antigo documentario do Elvis para uma sobrinha. Li o título e pensei na música do Raul também e como vc fui ao youtube conferir. Valeu
Betinha disse…
tradução/homenagem... ou plágio, mesmo...
Unknown disse…
Ótima postagem! Conheci essa música por uma versão diferente mas tão boa quanto, de uma banda australiana dos sixties com influências de folk e de pop, The Seekers (). Há ainda outra versão, de um grupo antiguíssimo de gospel/skiffle, The Golden Gate Jubiliee Quartet (https://www.youtube.com/watch?v=eN-C7avRiMI). Na hora que ouvi, lembrei do Raul e logo pensei num possível plágio... Felizmente vejo que quebrei a cara, haha. Obrigada pela informação!!
Biribosque disse…
Excelente postagem esse vídeo do link no YouTube eu postei em um canal antigo meu, eu já conhecia a versão de I Was Born About Ten Thousand Years Ago do álbum Now de 72 do rei postei pq no YouTube não tinha essa música também já tinha escutado a versão do Raul Seixas e só fui descobrir depoisqque ele tinha se inspirado no Elvis. So fui encontrar essa postagem agora e fico feliz com ela já que muita gente também ainda não sabe essa curiosidade. E como música boa nunca morre Elvis e Raul são eternos..
Abraços
Marina disse…
Canção tradicional americana de ''dominio público'' que tinha várias versões de outros artistas, a mais famosa delas gravada por Elvis Presley anos antes do Raul Seixas...e Raul que era um fã de carteirinha de Elvis, ouviu, e a gravou em seu disco de 1976, é uma bela e inspiradora canção, e não é plagio, pois Raul fez uma versão diferente no riff de guitarra dela em 1976.
E Raul tinha dominio total do idioma inglês, que falava fluentemente, tendo inclusive morado nos Estados Unidos e casado com uma americana, teve uma filha com essa americana e o neto é a cara de Raul, impressionante.

Postagens mais visitadas deste blog

Os compatriotas de Woody Allen

Estava em algum site por aí hoje: O diretor americano Woody Allen considera que a maioria de seus compatriotas são gordos e sexualmente complexados. "Tudo ali é expressão do medo e da repressão sexual: a loucura religiosa, o fanatismo pelas armas, a extrema-direita louca. Eles têm uma visão da sexualidade marcada por duvidosas leis morais", afirma Allen, em entrevista antecipada hoje pelo jornal "Die Zeit". O diretor de "Vicky Cristina Barcelona" considera que o sexo é utilizado nos Estados Unidos "como uma arma dramática, assim como a violência" e que as muitas cenas de sexo nos filmes produzidos em seu país são "simplesmente entediantes".

"Vesti azul.... minha sorte então mudou"

A primeira vez que ouvi falar em Wilson Simonal foi no colégio - se não me engano, numa aula da Tia Idair, na quarta série. Por algum motivo, ela havia citado "Meu limão, meu limoeiro" e ninguém da classe sabia do que se tratava. Estupefata, ela cantarolou "... uma vez skindô lelê, outra vez skindô lalá" e tentou fazer algo no estilo que o "rei da pilantragem" costumamava aprontar com suas plateias . E deu certo. Dia desses fui ver "Simonal - Ninguém sabe o duro que eu dei", documentário muito bem feito sobre a carreira do sensacional cantor, com ênfase, claro, na eterna dúvida que o cercou desde os anos 70 até sua morte, em 2000: Simonal foi um dedo-duro dos militares durante a ditadura ou não? Pra quem não sabe do que se trata, um resumo curto e grosso: Simonal competia com Robertão na virada dos 60 para os 70 como o cantor mais popular do Brasil. Um belo dia, seu nome aparece nos jornais como delator de companheiros de profissão, alguém a serv

A grandeza de Nelson Ned

Um belo dia, em um programa de televisão (“Conexão Internacional”, da extinta Rede Manchete), Chico Buarque enviou uma pergunta para Gabriel García Márquez: “As suas preferências musicais causam espanto em muita gente, principalmente aqui no Brasil. Eu queria saber se os seus romances fossem música, seriam samba, tango, som cubano ou um bolero vagabundo mesmo?”. Com elegância e sem vergonha de suas preferências, o escritor colombiano respondeu: “Eu gostaria que fossem um bolero composto por você e cantado pelo Nelson Ned”. Pela terceira vez (haverá ainda um quarto texto), recorro a “Eu não sou cachorro, não”, livro de Paulo César Araújo para relatar causos de nossa cultura popular. Pouco antes da resposta de Gabo a Chico, fico sabendo ainda que o Nobel de Literatura escreveu “Crônica de uma morte anunciada” ao som de canções como “Tudo passará”, do grande pequeno cantor brasileiro, cuja obra em geral é relegada aos rótulos de “cafona” e “brega” de nossa discografia. Nelson Ned é figura